Introdução

Pretende este blog voltar a unir continentes, pelos quais se encontram distribuidos amigos de longa data. Da China aos EUA, da Austrália à velha Europa, será com um olhar Lusitano que descreveremos os lugares e contaremos as histórias que fazem o nosso dia-a-dia, num mundo onde as diferenças jamais separam pessoas.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Primárias

Dada a omnipresença mediática da campanha das primárias dos USA nos media Australianos (em particular a ABC emissora nacional), decidi retirar-me da corrida a candidato a figura presidencial americana.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Autocarros

Em Paris, lembro-me de ser difícil falar com um condutor de autocarro, ainda que para pedir uma infrmação simples, ficava sempre a impressão de estar a importunr o normal funcionamento da rede de transportes parisienses. Pelo contrário, não era muito difícil fazer um sinal ao condutor de um autocarro parado num sinal vermelho para que abrisse a porta deixando entrar um passageiro retardatário. Em Lisboa tal procedimento é ignorado pelo condutor, e em Sydney recebe-se a informação gestual de que a paragem fica la atrás.

Por outro lado, é comum estar parado vários minutos numa paragem à espera que o codutor fnalize as transacções de bilhetes de bordo (20% mais caros do que os pré-comprados) ou complete a informação de 5 minutos sobre todas as alternativas para chegar ao CBD (o centro, a city, o business district). Da primeira vez que precisei de tal informação tentei agradecer assim que sabia o suficiente para chegar ao meu destino, mas não consegui que o autocarro arrancasse antes de me ser despejada a informação de metade das lihas que operam nos "eastern suburbs".

domingo, 27 de janeiro de 2008


Obama acaba de ganhar as primárias aqui na Carolina do Sul (um estado historicamente republicano) com mais do dobro dos votos da Hillary Clinton e a anos-luz do Edwards, um resultado que o tornará, muito provavelmente, no próximo presidente dos E. U. da A.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Toponímia

Desde que comecei a viajar regularmente de avião, frequentemente para os mesmos destinos, que tenho o sonho de apanhar um võo por engano, ou que por qualquer motivo o piloto se distraia e leve o avião para as Bermudas. No outro dia esse sonho realizou-se e fui galardoado com um dia extra de férias em Bangkok. Simplesmente não foi tão bom como esperava, com as pressões do trabalho, burocracias à minha espera à chegada... e o facto de quase não poder deixar o hotel para estar pronto a partir assim que o avião estivesse em condições. Ainda assim é uma experiência que vale a pena repetir, espero que da próxima vez com menos stress.

Igualmente interessante é viver num continente onde se adormece no autocarro se acorda no terminal da linha num lugar chamado Woolloomooloo. Ou se decide subir de ferry-boat baía acima para um concerto no ponto onde a baía se transforma no rio com o nome de Parramatta. Ou fazendo mais meia hora de viagem em comboio para oeste se encontra a entrada do parque das Blue Mountains numa localidade de nome Katoomba. Na mesma direcção, fazendo mais uns bons 2000 km de estrada acaba por se chegar a um centro do mundo aborígena chamado Uluru, que a imaginação britânica transformou em Ayers Rock.

No outro dia, uma semana após mudar-me de casa, comprar móveis e assinar um contrato de arrendamento foi-me revelado que o nome do lugar e baía ao pé da qual moro -- Coogee -- quer dizer em Koojah stinking water...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

da HORTA para o mundo...

desculpem o meu ímpeto maternal, mas comecei por apresentar o meu ser mais precioso antes de apresentar o nosso cantinho!

A Horta vive de Maio a Setembro dos barcos que este mar imenso nos traz, para depois adormecer num sono muito real os restantes meses. Digo muito real porque se sente forte o inverno onde as pessoas não precisam de perguntar: "Are you local?" porque somos todos da terra. Um dia uma amiga disse que esta ilha é como um carrossel que, a cada volta vemos a mesma cara.

buuuuu

mas não é só isto que define o Inverno desta ilha, temos as coisas boas de um sítio pequeno, como chegar de manhã à padaria e as senhoras já estarem a tirar a minha meia-de-leite antes mesmo de eu abrir a boca para pedir; de saber que não demoro mais de 5 minutos a chegar ao trabalho; de termos um par de semáforos na ilha toda (cruzamento do hospital)... chegamos sempre a todo lado, não há pressas! Afinal para onde podíamos ir?

para todos os lugares temos aspectos positivos e negativos, não há como saber enquadrar os negativos e, pelo contrário encontrar neles o seu lado positivo!
É o meu exercício diário desde há uns anos para cá e tem sido o meu suporte psicológico para onde quer que eu vá!

Um dia um amigo disse-me: estou a esgotar o que tenho para ver neste lugar. Eu sugeri que fizésse o exercício de alterar o percurso de casa para o trabalho, às vezes basta atravessarmos para o outro lado da rua para encontrarmos coisas novas!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Pangeia XXI +1


Olá a todos!


Aqui vai um abraço desde o meio do Atlântico e que se estende desde os Estados Unidos à Austrália passando por Braga e por Shangai!? (aqui vai um grande beijinho à Xana!!!).
Na imagem está o Gabriel!
com o seu bombo e chapéu a preceito! temos artista! adora cabeçudos e zés pereiras! podia ser mais bracarense do que eu!
um grande beijinho! desde esta pequena Horta

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Bbbbbrrrraaaaaaaaagaa

Acusando algum do peso da responsabilidade de ser o primeiro a fazer a apresentação desta maravilhosa cidade, de onde quase todos nos conhecemos, e depois de pesada introspecção, vi-me perante tal tarefa confrontado com um inexplicável e inusitado bloqueio. Decidi por isso seguir uma outra via. Levei a cabo pelo café da manhã um pequeno inquérito junto de alguns dos velhotes que ainda se aguentam na nossa querida Brasa. Fiquei surpreso, devo confessar; tirando os bitaites infelizes ou senis algumas das respostas pareceram-me autênticos achados de almanaque e outras lembraram-me as enigmáticas diatribes confucianas. Sem qualquer espírito crítico partilho então o que ouvi:

- Tem o seu lugar no mapa.
- Não é uma cidade propícia à navegação.
- É muito boa para um dia ou dois de turismo.
- Serão demasiados os caminhos que vão dar a Braga.
- Cada um defende a sua dama. É bom viver em Braga.
- Não se sabendo porquê é uma cidade que emperra na letra p.
- É uma boa bimbalhada esta nossa Braga.
- Braga é como qualquer outra cidade, depende da idade.
- É praí um sete (ou oito?) na escala de Richter. Na escala de Mercalli Modificada está mais acima.
- Se fosse uma mulher era a Margarida Rebelo Pinto.
- É uma cidade que rima com publicidade.
- Terra onde a cada favor corresponde um por favor. Por favor.
- Há mais igrejas em Braga do que lugares de culto.
- Quem disse que era idolátrica foi aquele porco do Pacheco...
- Em poucos sítios deste mundo haverá tanto talento encoberto como aqui.
- É uma cidade de ares e de pares.
- É um bom sítio para se treinar para viver.
- Braga não é uma floresta. Também não é um pântano, a tundra gelada, ou um deserto. Mas guarda de todos um resto.
- Como todos os locais Braga tem pessoas e animais em proporções desiguais.
- Braga: já foi Augusta, agora no me gusta.

À primeira vista parece haver muito ressaibo nestes velhotes em relação à cidade que provavelmente os verá morrer. Talvez seja por isso. Mas é a cidade deles, e por isso não terão necessidade de estar nem com desculpas nem com falsos elogios ou modéstias. Talvez seja por isso.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

É seguir sempre em frente e virar à direita

Sydney é sobejamente conhecida, quase nem merece introdução. Para quem vem do centro do mundo, algures entre Braga e São Mamede d'Este, basta apanhar uma das A-novas até ao IP de trás os montes, seguir seguir seguir e em chegando à Birmânia virar à direita. Ligeiramente... Dar uns saltinhos em meia dúzia de rochedos (fazer uma pequena paragem em Bali para um café e um mergulho), uns passitos em terra vermelha e ao ver outra vez o mar, é aí.

Aqui não há wal-mart mas há o k-mart, não há o american idol, mas ao serão as janelas estão iluminadas por não sei que show do channel 9 ou da SBS. E às 5 as lojas também estão fechadas... para o jogging do fim de tarde ou o body-board na praia.

Ao contrário de Hartsville, disseram-me, conhecendo Sydney não se conhece a verdadeira Austrália. A maior distância que percorri neste país foram 30 km para ir ao Ikea. Consta que metade da gente de cá pouco mais andou dentro do seu país.
Aqui encontrei o vídeo que, até agora, melhor nos mostra Hartsville. Curiosamente (ou talvez não) é produzido pela Sonoco Products. Em 12 minutos, o video apresenta-nos o essencial da cidade de uma forma muito concreta.

Hartsville

Situada num dos estados que compõem a bible's belt Americana, Hartsville, com cerca de 20.000 habitantes, é a maior cidade do condado de Darlington. A cerca de 150 km da costa, fica já no interior da Carolina do Sul, a meio caminho entre a Columbia, a capital, e Charlotte, a maior cidade da Carolina do Norte. É a sede da Sonoco Products, uma multinacional produtora de embalagens industriais, autora das bem conhecidas embalagens de batatas fritas Pringles (quando fazes pop, já não há stop!). Não é de estranhar, portanto, que tudo aqui orbite em torno desta empresa. A sua deslocalização (algo de que se fala já há algum tempo) seria o atestado de óbito da cidade. Mas, por enquanto, a vida passa no seu vagar e sem grandes preocupações: trabalha-se das oito às cinco, hora a que o pequeno comércio e serviços fecham; vai-se às respectivas igrejas, local, por excelência, de contacto social; pega-se na carrinha (toda a gente tem uma carrinha) e vai-se às compras a um grande distribuidor, tipo Wal-mart (que nunca fecha. Repito, nunca. Abriu uma vez, quando inaugurou, e fechará quando falir); por fim, vai-se para casa comer ou um hamburger ou uma refeição de micro-ondas enquanto se vê o American Idol até às nove, hora a que, geralmente, as pessoas de bem pensam em se ir deitar, porque o despertador nunca toca depois das 6. Trata-se da típica cidadezinha interior Americana, qual Springfield dos Simpsons (até a central nuclear existe, não estou certo quanto ao Mr. Burns), onde mais de metade dos habitantes deste gigantesco país habitam. Conhece-se Hartsville, conhece-se uma boa parte da América.

Número 0

Seremos, pelo menos por enquanto, cinco pessoas a publicar no pangeia XXI: O André de Sydney, o Henrique de Braga, o Hugo também de Braga, o Sérgio de Hartsville e a Xana de Xangai. No futuro, outros amigos e amigas, espalhados sobretudo pela Europa, poderão também contribuir com as suas experiências para o crescimento do blog. Let the posts begin!