Introdução

Pretende este blog voltar a unir continentes, pelos quais se encontram distribuidos amigos de longa data. Da China aos EUA, da Austrália à velha Europa, será com um olhar Lusitano que descreveremos os lugares e contaremos as histórias que fazem o nosso dia-a-dia, num mundo onde as diferenças jamais separam pessoas.

sábado, 7 de junho de 2008

The graduate



Pois é! O meu primeiro ano na América acabou. E acabou como começou: com aquele calor sufocante de 40 graus. Imaginem pois o sufoco, ontem, no estádio de futebol, na cerimónia de graduação, ainda por cima vestido com aquela fatiota preta... Mas no Domingo já me vou poder queixar do Verão que ainda não chegou a Portugal...
E no fim de dez meses a trabalhar nos States o que é que fica? Pergunta ingrata esta, sobretudo se feita a quente. Mas nos anos que virão, num daqueles momentos de saudosismo que em mim são recorrentes, ir-me-ei lembrar, concerteza, da excitação dos primeiros dias em Raleigh, no meio de professores de todo o mundo; da chegada à escola e da avalanche de informação a que fui sujeito; do primeiro dia de aulas, para o qual fui de fato (ridículo...); dos miúdos a levantarem-se enquando eu escrevia no quadro para ligarem as torneiras do gás (ainda mais ridículo...); de estar às dez horas da noite com as mãos na cabeça sem saber o que fazer para o dia seguinte; de olhar para o calendário e não ver chegar o dia de voltar a Portugal; de achar a América um país bem mais atrasado que Portugal (em algumas coisas, ainda acho); da famosa curva em U, afixada na parede, e de ver, mês a mês (eixo dos xx) confirmadas as suas previsões (eixo dos YY); de começar a sonhar em inglês e reparar que o pior já tinha passado; de ter alunos que, no meio da confusão que foi o primeiro semestre, me vêm dizer que gostaram das minhas aulas; de ouvir pelo menos três vezes "hey Mr. Miranda!" por cada ida ao Wal-Mart; da odisseia da carta de condução (que ainda não acabou!); do carinho e simpatia do povo americano (pelo menos por estas bandas); da barata a passear na minha cara; do Daniel e da Celine; de um montão de coisas que aprendi sobre o mundo e sobre mim mesmo.
Venha o segundo ano de América, mas entretanto...

...F É R I A S ! ! !

2 comentários:

Nuno Meireles disse...

Pois é, o tempo passa e a vida, essa, dá voltas indizíveis. E, como com outras coisas, quem poderia adivinhar que haveria uma América e Wal-Mart e um "Mr.Miranda!" à tua espera, muito depois dos Açores, Braga e Porto. A tua história, caro amigo Sérgio, é - vista em perspectiva - bem exemplar do que tem sido a história de todos nós: com um mesmo ponto de partida, dessa Braga em noventas e poucos, e com sucessivos pontos de chegada, cada um mais ironicamente volte-face que o outro. Um abraço e bem vindo de volta.

Anónimo disse...

Já estamos com saudades tuas... por isso passei por cá, para ver novidades, mas imagino que ainda estejas imerso na tarefa da retoma. Desejo que este segundo ano te deixe tão boas memórias como o anterior, ou melhores. Cá te esperamos (eu e ela!) olhando de quando em vez para o calendário e verificando a meteorologia... Volta depressa. Beijos mil